Liderança humana sempre foi essencial em equipes saudáveis, com maior engajamento e comprometimento com os valores, propósito e metas das empresas. É também um diferencial na redução de stress. Pouco se fala, mas um líder com competências humanas tem o poder de blindar sua equipe contra os efeitos nocivos do burnout, doença ocupacional cada vez mais presente nas estatísticas das empresas.
Em janeiro deste ano, uma importante mudança impactou o universo empresarial. Trata-se da nova Classificação Estatística de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde – o CID 11, na qual a OMS passou a classificar a Síndrome de Burnout como uma doença ocupacional, por enquadrar-se ou referir-se especificamente a fenômenos relativos ao contexto profissional.
Entre os sintomas mais comuns constata-se desde a exaustão extrema, física e mental, insônia, alteração de apetite, humor, dificuldades para se concentrar, sentimento de incompetência até no aumento da pressão arterial, quadro que pode acometer qualquer pessoa no mundo corporativo.
Segundo os pesquisadores, as possíveis causas de um estresse crônico, além da desconexão do trabalho com os valores pessoais, devem-se também, pela falta de propósito, por falhas no gerenciamento e na gestão de pessoas, ao clima organizacional e grandes exigências do cargo associadas com recursos insuficientes internos do trabalhador para o seu enfrentamento.
Alguns fatores que contribuem para uma blindagem a Síndrome de Burnout:
- Garantir que os profissionais tenham valores e propósito alinhados aos da empresa;
- Contar com uma liderança que vá além do domínio técnico, que seja habilidoso nas competências humanas com alinhamento de valores para gerir um time com saúde;
- Administrar as relações dentro da empresa, nos diversos níveis de comunicação e segurança psicológica, permitindo um diálogo transparente, assertivo e respeitoso;
- Fazer o uso equilibrado dos meios eletrônicos para a comunicação, mensagens no WhatsApp, reuniões em plataformas digitais; e até o consumo de informações nas redes sociais;
- Sensibilizar as equipes para contar com suporte social, ter bons vínculos e bons relacionamentos, saber planejar e priorizar dentre as várias atividades a serem realizadas, buscar ajuda sempre que necessário e por último e não menos importante, dedicar tempo para nós mesmos para cuidar de pequenas coisas como regar as plantas, cuidar da casa, trocar uma lâmpada, praticar exercícios físicos, atividades de lazer, momentos de ócio, ler um livro, se alimentar corretamente, meditar, enfim manter um equilíbrio para tudo.
Em suma, saúde mental deve ser um tema permanente na agenda das organizações e precisa ser buscada continuamente ao longo do tempo adotando cultura de prevenção, independente de uma lei ou classificação.
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Por: Sandra Fusco
Mestre em Gestão da Qualidade e Produtividade (UFSC). Pós-Graduada em Gestão de Recursos Humanos (F.A.E. PR), Psicóloga (Universidade Sagrado Coração-SP). Especialista em Condução de Grupos (Holos – SP). Com sólida experiência, generalista, nos subsistemas de R.H, prioritariamente em Recrutamento & Seleção e Treinamento & Desenvolvimento. Consultora parceira da ZHZ Consultores.