Feedback na Medida Certa

Você já recebeu algum feedback que não fez o menor sentido para você?

Feedbacks quando direcionados são melhores absorvidos. A prática de receber feedback direcionado, auxilia o profissional, quer seja especialista ou gestor, a se enxergar e perceber quais as melhorias que pode alcançar respeitando o seu respectivo nível. Como por exemplo, faz mais sentido um gerente administrativo receber feedback em relação a competência “delegação”, do que um analista administrativo. Porque? A resposta é simples, pois o analista administrativo não possui equipe e portanto, não necessita ser competente em delegar atividades, e sim, hábil em executá-las.

Portanto, podemos pensar em graus de importância, onde por exemplo, todos nós precisamos ter a competência “comunicação”, uma vez que estamos constantemente passando e recebendo informações. Mas, para um gerente administrativo, que lidera uma equipe, esta competência é mais relevante uma vez que precisa ter uma competência mais desenvolvida ao fazer reuniões, elaborar planilhas e organizar relatórios gerencias. Já para um assistente administrativo estas atividades não fazem parte do rol de sua rotina, e se alguma delas faz, o nível de exigência e entrega de resultado é diferente.

Desta maneira, ao ocupar outro cargo o profissional deve desenvolver habilidades (novas competências necessárias para executar diferentes responsabilidades) bem com realinhar o tempo de dedicação às suas responsabilidades e por último, analisar os seus valores profissionais (o que acredita ser importante e que passa a ser o foco de seus esforços).

Neste contexto, a ideia de pensar em novas formas de atuar ao passar de hierarquia, surge o pipeline, tendo Ram Charam como principal articulador do conceito. Ele utiliza o conceito pipeline enfatizando o nível de complexidade que cada posição assumida requer, onde o profissional inicia sua carreira no nível “cuidar de sua atividade própria” até chegar a um nível de complexidade maior, ou seja, de ser “gestor corporativo” de uma empresa. Portanto, o feedback que o profissional receberá deve ser diferente.

As empresas procuram profissionais que fazem a diferença. Estabelecer um feedback baseado nas premissas do pipeline ajuda. Assim, armadilhas no processo serão evitadas e o feedback direcionado a cada nível de complexidade torna o processo mais assertivo, ágil e produtivo.

 

Por: Arlete Zagonel Galperin*

Mestre em Organizações e Desenvolvimento (FAE); Pós-graduada em RH (PUC); Graduada em Psicologia (UTPR); Diretora da ABRH-PR; Diretora/Consultora de RH da ZHZ Consultores em processos de assessment, Programas de desenvolvimento de lideres e equipes e orientação de mercado.